domingo, 14 de julho de 2013

O que as manifestações que se proliferaram em Junho de 2013 no Brasil, tem a contribuir com a sua Carreira?


Já temos percebido que a Gestão de uma carreira profissional, não se faz apenas investindo em títulos e diplomas. Outras áreas também são muito importantes, como por exemplo, uma boa administração dos recursos financeiros recebidos, o autoconhecimento, os relacionamentos... mas, hoje quero chamar a atenção para a necessidade de constante atualização no que diz respeito a percepção dos acontecimentos, das notícias, das tendências que se desenham no contexto histórico e social no qual estamos inseridos e as relações de trabalho também.
Muito já se falou sobre o Networking – livros já foram escritos  ensinando como aumentar sua rede de contatos, como conhecer gente em eventos, a se apresentar e ser interessante, etc. Essa seria uma maneira de assegurar maiores chances de uma recolocação profissional quando necessário. Mas o fato é : estamos vivendo um momento de grande transição. O povo nas ruas mostrou que estamos numa era de hiperconectividade. Uma época  muito propícia para a criação de novas formas de trabalhar, de nos relacionarmos em sociedade.
Como diria Edgar Morin, considerado um dos principais sociólogos contemporâneo, quando um sistema é incapaz de tratar seus problemas vitais,  ele tem duas alternativas: ou se desintegra ou ele se metamorfoseia.
Com a sua carreira não poderia ser diferente. Tudo está aí para ser repensado, para ser começado de modo diferente. Diante da constatação que estamos vivendo num mundo altamente conectado, o profissional precisa inovar no modo de pensar sua profissão, sua prática, seus relacionamentos.
Para mostrar como isso já está começando a acontecer, vamos pegar o exemplo do  Networking. Como seria sua metamorfose?
Seria o Netweaving. A formação de Redes Sociais. Não virtuais apenas, mas locais, presenciais. Fazer rede é fazer amigos. É não fazer da sua imensa lista de contatos, um ativo para ser vendido e negociado, mas sim apresentar e integrar as pessoas da sua lista, gerando uma infinidade de conexões possíveis que podem gerar resultados para essas pessoas sem necessariamente lhe trazer algum benefício ou lucro.
A riqueza hoje, está nas relações, na capacidade que cada um de nós tem de cooperar. Podemos estar num ajuntamento de corpos, ter um monte de cartão de visitas e mesmo assim não estarmos conectados, interagindo em rede. O social não é o conjunto das pessoas, mas o que está entre elas.  
Nós nascemos com duas espécies de software: um da autoafirmação egocêntrica, que é vital para se defender e desenvolver, e outro do  Nós, que inscreve o Eu em uma relação de amor ou de comunidade que é aquela necessidade de fazer parte, de pertencer.
Nossa civilização superdesenvolveu o primeiro software e subdesenvolveu o segundo. Mas este, que encontrava-se adormecido está acordando em diversas ilhas, empresas, faculdades, clínicas, associações. Trate de acordar o seu e incitá-lo a interagir, conhecer gente boa e empreender.
Infelizmente ainda escuto lamentos e desabafos de profissionais aprisionados na burocracia dos afazeres do dia-a-dia, que não encontram apoio nas lideranças para participar de encontros, discussões, estar onde os concorrentes estão. Infelizmente algumas empresas ainda não perceberam que cada vez mais, a carreira está se tornando sem fronteiras, chamando o profissional para fora do ambiente de trabalho, para fora da empresa, do escritório. Neste caso só me resta um convite revolucionário em prol da autonomia:   Vem pra rua você também!
Fernanda Noronha

Psicóloga atuando como articuladora de Rede na Associação das Empresas dos Distritos Industriais do Estado do CE.