Já temos
percebido que a Gestão de uma carreira profissional, não se faz apenas investindo
em títulos e diplomas. Outras áreas também são muito importantes, como por
exemplo, uma boa administração dos recursos financeiros recebidos, o
autoconhecimento, os relacionamentos... mas, hoje quero chamar a atenção para a
necessidade de constante atualização no que diz respeito a percepção dos
acontecimentos, das notícias, das tendências que se desenham no contexto histórico
e social no qual estamos inseridos e as relações de trabalho também.
Muito já se falou
sobre o Networking – livros já foram escritos
ensinando como aumentar sua rede de contatos, como conhecer gente em
eventos, a se apresentar e ser interessante, etc. Essa seria uma maneira de
assegurar maiores chances de uma recolocação profissional quando necessário.
Mas o fato é : estamos vivendo um momento de grande transição. O povo nas
ruas mostrou que estamos numa era de hiperconectividade. Uma época muito propícia para a criação de novas formas
de trabalhar, de nos relacionarmos em sociedade.
Como diria Edgar Morin, considerado
um dos principais sociólogos contemporâneo, quando um sistema é incapaz de
tratar seus problemas vitais, ele tem
duas alternativas: ou se desintegra ou ele se metamorfoseia.
Com a sua carreira não poderia
ser diferente. Tudo está aí para ser repensado, para ser começado de modo
diferente. Diante da constatação que estamos vivendo num mundo altamente
conectado, o profissional precisa inovar no modo de pensar sua profissão, sua
prática, seus relacionamentos.
Para mostrar como isso já
está começando a acontecer, vamos pegar o exemplo do Networking. Como seria sua metamorfose?
Seria o Netweaving. A
formação de Redes Sociais. Não virtuais apenas, mas locais, presenciais. Fazer rede é fazer
amigos. É não fazer da sua imensa lista de contatos, um ativo para ser vendido
e negociado, mas sim apresentar e integrar as pessoas da sua lista, gerando uma
infinidade de conexões possíveis que podem gerar resultados para essas pessoas sem
necessariamente lhe trazer algum benefício ou lucro.
A riqueza hoje, está nas relações, na capacidade que cada um de nós tem
de cooperar. Podemos estar num ajuntamento de corpos, ter um monte de cartão de
visitas e mesmo assim não estarmos conectados, interagindo em rede. O social
não é o conjunto das pessoas, mas o que está entre elas.
Nós nascemos com duas
espécies de software: um da autoafirmação egocêntrica, que é vital para se
defender e desenvolver, e outro do Nós,
que inscreve o Eu em uma relação de amor ou de comunidade que é aquela
necessidade de fazer parte, de pertencer.
Nossa civilização
superdesenvolveu o primeiro software e subdesenvolveu o segundo. Mas este, que
encontrava-se adormecido está acordando em diversas ilhas, empresas,
faculdades, clínicas, associações. Trate de acordar o seu e incitá-lo a
interagir, conhecer gente boa e empreender.
Infelizmente ainda escuto
lamentos e desabafos de profissionais aprisionados na burocracia dos afazeres
do dia-a-dia, que não encontram apoio nas lideranças para participar de
encontros, discussões, estar onde os concorrentes estão. Infelizmente algumas
empresas ainda não perceberam que cada vez mais, a carreira está se tornando
sem fronteiras, chamando o profissional para fora do ambiente de trabalho, para
fora da empresa, do escritório. Neste caso só me resta um convite
revolucionário em prol da autonomia: Vem pra rua você também!
Fernanda Noronha
Psicóloga atuando como articuladora de Rede na Associação
das Empresas dos Distritos Industriais do Estado do CE.